
Após o parto, muitas mulheres começam a pensar em qual método anticoncepcional utilizar para evitar uma nova gravidez até que estejam prontas. Existem várias opções disponíveis, e a escolha do método ideal dependerá de diversos fatores, como o tipo de parto que você teve, se está amamentando, seu histórico de saúde, suas preferências e necessidades pessoais.
Quando Iniciar o Uso de Anticoncepcionais Após o Parto?
- Se não estiver amamentando: A ovulação pode retornar em poucas semanas após o parto (em alguns casos, a partir de 3 semanas). Portanto, é importante começar a pensar em métodos anticoncepcionais logo após o nascimento do bebê.
- Se estiver amamentando: A amamentação exclusiva pode atrasar o retorno da ovulação e da menstruação devido à ação do hormônio prolactina. No entanto, essa proteção não é garantida, especialmente após 6 meses ou se houver complementação com fórmulas. Portanto, é recomendável considerar um método anticoncepcional seguro desde o início.
Métodos Anticoncepcionais Indicados no Pós-Parto
Aqui estão os métodos anticoncepcionais mais comuns, divididos entre métodos hormonais e não hormonais:
1. Métodos Hormonais

- Pílula de Progestágeno (Minipílula):
- Contém apenas progestágeno, sem estrogênio. É segura para mulheres que estão amamentando, pois não afeta a produção de leite. A minipílula deve ser tomada todos os dias, no mesmo horário, para ser eficaz.
- Vantagens: Alta eficácia quando usada corretamente; não interfere na amamentação.
- Desvantagens: Pode causar sangramentos irregulares; é importante tomar no mesmo horário todos os dias para garantir sua eficácia.
- Implante Subdérmico:

- Pequena haste flexível que é inserida sob a pele do braço e libera lentamente progestágeno por até 3 anos. Pode ser inserido logo após o parto, mesmo durante a amamentação.
- Vantagens: Alta eficácia; não requer manutenção diária; não interfere na amamentação.
- Desvantagens: Pode causar irregularidade menstrual ou ausência de menstruação; deve ser colocado e removido por um profissional de saúde.
- Injeção de Progestágeno (Injeção Trimestral):
- A injeção de progestágeno é administrada a cada 3 meses. É segura para o uso durante a amamentação.
- Vantagens: Alta eficácia; não interfere na amamentação; não requer uso diário.
- Desvantagens: Pode causar irregularidade menstrual ou ausência de menstruação; algumas mulheres podem ter ganho de peso ou demora no retorno da fertilidade após a interrupção do uso.
- Dispositivo Intrauterino (DIU) Hormonal:
- O DIU hormonal libera pequenas quantidades de progestágeno diretamente no útero, proporcionando contracepção eficaz por até 5 anos.
- Vantagens: Alta eficácia; pode reduzir o fluxo menstrual e as cólicas; não interfere na amamentação; efeito de longa duração.
- Desvantagens: Pode causar sangramentos irregulares nos primeiros meses; inserção pode ser desconfortável e deve ser feita por um profissional.
2. Métodos Não Hormonais
- Dispositivo Intrauterino (DIU) de Cobre:

- O DIU de cobre é um dispositivo pequeno em forma de “T” inserido no útero, que não contém hormônios e pode ser usado por até 10 anos. Ele atua impedindo a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
- Vantagens: Alta eficácia; opção de longa duração; sem efeitos hormonais; não interfere na amamentação.
- Desvantagens: Pode aumentar o fluxo menstrual e a intensidade das cólicas; inserção deve ser feita por um profissional de saúde.
- Camisinha (Preservativo Masculino ou Feminino):
- Método de barreira que impede a entrada de espermatozoides no útero.
- Vantagens: Não interfere na amamentação; fácil de usar; também protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
- Desvantagens: Menor eficácia em comparação aos métodos hormonais e DIU; pode haver risco de rompimento ou uso incorreto.
- Diafragma ou Capuz Cervical:
- Método de barreira que é inserido na vagina antes da relação sexual para cobrir o colo do útero, impedindo a passagem de espermatozoides.
- Vantagens: Não interfere na amamentação; pode ser usado conforme necessário.
- Desvantagens: Menor eficácia; requer inserção correta antes da relação sexual; pode precisar de ajuste após o parto devido a mudanças no corpo.
- Métodos Naturais:
- Incluem o método de amenorreia da lactação (LAM), que se baseia na amamentação exclusiva como forma de contracepção, além de métodos de observação do ciclo, como o método da temperatura basal.
- Vantagens: Sem efeitos colaterais; sem custos; não interfere na amamentação.
- Desvantagens: Menor eficácia; exige disciplina e monitoramento rigoroso; o LAM é eficaz apenas nos primeiros 6 meses e enquanto a menstruação não retornar.
3. Métodos Permanentes
- Laqueadura Tubária:
- Procedimento cirúrgico para cortar ou bloquear as trompas de falópio, prevenindo a gravidez de forma permanente.
- Vantagens: Alta eficácia; método permanente.
- Desvantagens: Reversão difícil e nem sempre possível; risco cirúrgico; deve ser uma decisão bem pensada, pois é um método definitivo.
Como Escolher o Melhor Método para Você?
A escolha do melhor método anticoncepcional depende de diversos fatores, como:
- Amamentação: Se você está amamentando, alguns métodos hormonais (como os que contêm apenas progestágeno) são mais indicados.
- Preferência pessoal e conforto: Alguns métodos, como DIU ou implante, são de longa duração e de baixa manutenção. Outros, como pílulas ou preservativos, exigem uso contínuo ou na hora do ato sexual.
- Histórico de saúde: Certas condições de saúde podem limitar o uso de alguns métodos. Por exemplo, mulheres com histórico de trombose podem ser orientadas a evitar métodos que contenham estrogênio.
- Planejamento familiar: Se você pretende ter mais filhos, métodos reversíveis, como pílula, DIU ou implante, podem ser mais indicados. Se não deseja mais filhos, a laqueadura pode ser considerada.
Existem diversas opções de métodos anticoncepcionais disponíveis após o parto, e o melhor método para você dependerá de suas necessidades pessoais, condições de saúde, preferências e planos para o futuro. É importante discutir todas as opções com o seu obstetra para escolher a que melhor se adapta ao seu momento de vida.
Leia também:
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- https://drajulianaborelli.com.br/cesarea-tudo-que-voce-precisa-saber-antes-do-parto
Fontes:
1)https://central3.to.gov.br/arquivo/494569/
2)https://institucional.ufrrj.br/casst/files/2021/02/M%C3%A9todos-contraceptivos.pdf